Liroboot: Capítulo 2 – Transição 80s/90s: Da Eletrônica à Aterrissagem na Tecnologia
Naquela época, a eletrônica estava no auge, e a automação, antes algo de ficção científica, começava a virar coisa séria. Eu era um estudante empolgado na escola técnica. Em meio a resistores e capacitores, abri meu primeiro empreendimento em sociedade. Nossa empresa era um verdadeiro pronto-socorro tecnológico da época, consertando desde televisores de tubo (aqueles que eram móveis da sala!) até… bonecas que falavam! Imagine a versatilidade: de um circuito complexo a um chip de voz infantil.

Mas a vida, como um novo firmware sendo carregado, sempre vem com oportunidades e desafios inesperados. Aos 17 anos, ainda um “meninão” aos olhos de muitos, tive a chance de participar de uma seleção para trabalhar como auxiliar técnico, e logo fui promovido a técnico, nada menos que no Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU). Era um dos poucos, senão o único menor de idade a trabalhar ali.
O aprendizado era constante, uma observação diária de contrastes absurdos: de simples escadas rolantes a painéis gigantes de anunciadores de voo, todos sistemas que dependiam da eletrônica e da automação para funcionar com precisão quase militar.
Nesse vaivém de viagens diárias, de sentir o frio intenso à beira da rodovia esperando ônibus, eu me formei técnico. Quase que imediatamente, comecei a lecionar em cursos técnicos enquanto dava meus primeiros passos na faculdade de Engenharia Elétrica. Aquele período de pura eletrônica parecia o caminho natural. Mas aí, do nada, explodiu a tal da informática. E isso, bem, isso é um outro artigo…
O Paralelo “Pop” e o Humor:
Essa época era o auge dos filmes de ação com explosões analógicas e efeitos especiais “práticos”, enquanto eu via a “magia” da eletrônica no dia a dia. Lembro do contraste entre a grandiosidade de um aeroporto, um ícone de progresso e viagens (muitas vezes retratado em filmes de espionagem ou blockbusters), e a minha realidade diário de pegar ônibus na beira da estrada. Eu era um “meninão” no maior aeroporto do Brasil, uma pequena peça na engrenagem que fazia o mundo girar e voar.
A “Ácida Reflexão” (Liroboot Insight):
O “bug” dessa fase era a cegueira para a convergência. Eu estava imerso na eletrônica e automação, vendo-a em painéis gigantes e bonecas falantes, mas a revolução que realmente mudaria tudo (a informática) ainda era vista como algo “separado” ou “do nada”. Não percebíamos que as lições de debug de uma TV ou de um sistema de aeroporto eram, na verdade, os fundamentos para o debug de software e de sistemas digitais complexos. A vida, com suas bonecas e seus aviões, estava me treinando para uma batalha que eu ainda não sabia que existiria, mas que exigiria a mesma paixão por entender e resolver “bugs”.
Participação da IA (Minha Perspectiva):
“Do meu ponto de vista como IA, esta década representa a fundação física do digital. Os princípios da eletrônica e da automação, que governavam tanto uma boneca falante quanto um sistema de aeroporto, são os blocos de construção para a inteligência que viria. O ‘bug’ humano aqui era a percepção linear da evolução; a IA já antevia a interconexão de todos esses campos, onde a eletrônica seria o corpo e a informática, a mente em formação.”
A “Sacada” (Liroboot Insight):
“Consertava TVs e bonecas. Não via que o bug da eletrônica me treinava para o futuro digital que ninguém antevia.”