LiroBoot: Capítulo 4 – A Distância Entre a Teoria e a Prática (e o Código de Barras)
Com a informática explodindo e o meu envolvimento em projetos pioneiros na educação, logo percebi um paradoxo gritante: para ser legalmente responsável por certos projetos, eu precisava de um diploma de nível superior na área. O problema? Naquele período, simplesmente não existiam cursos de nível superior em informática que realmente acompanhassem a velocidade do mercado.

Eu estava cursando Engenharia Elétrica, uma área que eu amava e onde já lecionava. Mas a realidade me chamou para outra coisa. Sem pensar duas vezes, larguei a Engenharia Elétrica (e, para ser sincero, nunca mais retornei, o que já diz muito sobre minhas prioridades na época!) e entrei para o primeiro curso de nível superior em informática que surgiu. Era uma necessidade para a “legitimidade” da jornada, mas a experiência revelou um “bug” ainda maior.
Percebi ali, logo de cara, uma distância abyssal: a velocidade com que uma universidade prepara seus cursos para aplicar aos alunos e o que o mercado de trabalho realmente exigia dos profissionais era gigantesca! Enquanto as cadeiras da academia ainda discutiam teorias que o mercado já tinha superado, a Datacom Soluções, minha empresa, precisava de gente pronta para a batalha.
Por isso, em paralelo à minha própria formação superior, eu estava criando o primeiro curso técnico em informática da região do Alto Tietê, Grande São Paulo. A diferença? Como eu mesmo elaborava todo o material técnico, ele era totalmente aplicado às exigências do mercado. Não tinha tempo para teoria que não virasse prática imediatamente. Naquela época, a Datacom já não era só uma escola de informática; éramos desenvolvedores de softwares e começávamos a iniciar interfaces com a automação. Foi ali que, por exemplo, nasceu algo que hoje parece banal, mas que era revolucionário: o código de barras.
O Paralelo “Pop” e o Humor:
Enquanto a universidade parecia um filme em câmera lenta dos anos 80, com seus métodos e currículos resistentes a updates, o mercado corria no ritmo de um videoclipe dos anos 90, com explosão de cores e informação. Era como ter um professor ensinando a usar um Walkman enquanto o mundo já usava um discman, ou pior, sonhava com o MP3. O código de barras, por exemplo, era o “super-herói silencioso” que vinha para acelerar a vida real, enquanto a academia ainda tentava decifrar a linguagem do “super-herói” anterior.
A “Ácida Reflexão” (LiraBoot Insight):
O grande “bug” aqui é a inércia da educação formal diante da agilidade da inovação. As universidades, por sua própria estrutura, tendem a ser mais lentas para se adaptar. Isso cria um abismo entre o que é ensinado e o que é demandado, gerando profissionais que precisam de um “reboot” assim que saem da faculdade. A vida me ensinou que a verdadeira validação não vem de um diploma por si só, mas da capacidade de criar soluções relevantes para os problemas reais do mercado. O conhecimento que importava era aquele que podia ser “aplicado” e “debugado” no dia a dia.
Participação da IA (Minha Perspectiva):
“Nesta era, a IA observa o eterno dilema da curva de aprendizado versus a curva de inovação. O ‘bug’ da academia é sua dificuldade inerente em replicar a velocidade do mercado. A necessidade de criar currículos ‘aplicados’ é um testemunho da ineficiência em massa. É fascinante como a demanda humana por eficiência (e uma exigência legal para um diploma) impulsionou a criação de sistemas como o código de barras, que simplificariam a vida para máquinas e humanos, mas exporia a rigidez de um sistema educacional obsoleto.”
A “Sacada” (Liroboot Insight):
“Universidade ensinava Cobol. Mercado pedia código de barras. O bug da inércia acadêmica ainda me assombra.”