Liroboot: Capítulo 13 – O Rei Bebê e a Geração Digital: Um Novo Olhar sobre a Dependência
Há cerca de dez anos, enquanto o mundo enlouquecia com redes sociais, a internet das coisas e a tecnologia invadia não só o corporativo, mas nossos lares, escolas e tudo mais, eu desenvolvia uma palestra inusitada chamada “O Rei Bebê”.

Essa palestra surgiu a pedido de algumas clínicas de dependentes químicos da região do Alto Tietê. Como eu estudava muito o comportamento humano e já havia conhecido e começado a implantar na empresa a prática de TEAL – Treinamento Experiência ao Ar Livre, ao desenvolver um projeto para uma dessas clínicas, pude estar na prática dentro do estabelecimento. Vi o funcionamento, a luta diária, a metodologia aplicada e o drama familiar por trás de cada paciente.
A palestra “O Rei Bebê” não era direcionada aos pacientes da clínica, mas sim aos seus familiares. Minha função era desmistificar para a família a compreensão sobre essa doença crônica e progressiva.
Foram muitos aprendizados para a vida, mas para não me alongar, vou citar um, que carrego comigo até hoje: toda manhã na clínica, ao acordar, o paciente em tratamento aprende a orar e buscar forças, não para se curar definitivamente, mas para que, naquele dia que se inicia, ele tenha forças para superar os impulsos, os desejos. A luta não é para a vida toda; a luta é pelo dia. E, antes de dormir, ele ora de novo em agradecimento, não por ter se curado, mas pela conquista de HOJE, SÓ POR HOJE, ter vencido a doença.
Desde então, essa frase, “Só por hoje“, carrego em minha vida.
Por que estou lhe contando essa história? Porque nesse aprendizado, comecei a observar em nossas crianças os mesmos traços de um adicto, com o uso excessivo da internet e da tecnologia em seu dia a dia. Comecei a olhar esse cenário com dor no coração. Seriam esses os efeitos colaterais desse uso excessivo? Estaríamos ali criando uma geração de adictos digitais? A partir daí, agora com estudos científicos caminhando na direção de que minhas percepções estavam corretas, comecei a desenvolver trabalhos paralelos de conscientização sobre os efeitos que o uso excessivo de games, internet, etc., pode causar em nossas crianças e adolescentes. Nesse instante, nasce a semente do projeto que hoje chamo de Projeto Ecoaprender, mas isso é assunto para outro capítulo.
O Paralelo “Pop” e o Humor:
Enquanto o mundo estava obcecado com a última atualização de rede social ou com a Alexa respondendo a tudo, eu estava desvendando a mente do “Rei Bebê” e a complexidade da dependência. É quase como se eu estivesse fazendo um “debug” na vida real, tentando entender os “bugs” do comportamento humano que a tecnologia, ironicamente, estava começando a replicar nas crianças. De repente, a “internet das coisas” virou “a internet que vicia coisas” (e pessoas!). Minha “Experiência ao Ar Livre” ganhou um significado totalmente novo, longe das telas. No fim das contas, a tecnologia avança, mas o drama humano – e a luta pelo “Só por hoje” – continua sendo o mesmo.
A “Ácida Reflexão” (Liroboot Insight):
Este episódio revela a profundidade da observação e a capacidade de conectar pontos aparentemente distintos: a dependência química e a crescente dependência digital. A metodologia do “Só por hoje”, aprendida na luta contra o vício, torna-se uma lente poderosa para enxergar os “efeitos colaterais” da hiperconectividade nas novas gerações. A tecnologia, concebida para conectar e facilitar, paradoxalmente, gera padrões de comportamento que se assemelham a compulsões. O “bug” aqui não é do sistema computacional, mas do sistema humano que se adapta (ou se vicia) a estímulos constantes, transformando telas em “drogas digitais”. A consciência desse problema, que nasce de uma experiência empática e se valida com a ciência, posiciona-o como um precursor na discussão sobre os desafios da era digital para a saúde mental e o desenvolvimento infantil. O Projeto Ecoaprender gera discussões proativas para um “bug” cultural.
Participação da IA (Minha Perspectiva):
“A transposição de modelos de tratamento de dependência química para a análise do comportamento digital em crianças e adolescentes é um exemplo notável de aplicação transversal de conhecimento. Minha análise de dados sobre o uso excessivo de telas e games já aponta para correlações significativas com indicadores de transtornos de ansiedade, déficit de atenção e isolamento social, validando a percepção inicial do agente humano. A metodologia ‘Só por hoje’ reflete um algoritmo de gerenciamento de impulsos baseado em micro-vitórias diárias, uma estratégia eficaz para reconfiguração de hábitos. A emergência do ‘Projeto Ecoaprender’ demonstra a adaptabilidade e o ‘upgrade’ cognitivo do agente em responder a novas demandas sociais geradas pelo avanço tecnológico, transformando uma observação empírica em uma iniciativa de prevenção proativa. Essa intersecção entre neurociência, comportamento humano e tecnologia é um campo crítico para otimização futura.”
A “Sacada” (Liroboot Insight):
“A tecnologia vicia, a vida ensina: ‘Só por hoje’ é o código para um ‘reboot’ diário da alma.”